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Em Araguaína, Polícia Civil deflagra Operação “El Lobo” contra organização criminosa que extraviava veículos apreendidos

Operação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, 27; pelo menos oito pessoas fazem parte da organização criminosa

27/09/2024 12h47
Por: Redação Fonte: Secom Tocantins
Operação “El Lobo" foi deflagrada pela Divisão Antirroubos da Polícia Civil - Divulgação PCTO - Foto: SSP-TO/Governo do Tocantins
Operação “El Lobo" foi deflagrada pela Divisão Antirroubos da Polícia Civil - Divulgação PCTO - Foto: SSP-TO/Governo do Tocantins

A Divisão Antirroubos da Polícia Civil do Tocantins deflagrou na manhã desta sexta-feira, 27, em Araguaína, a operação “El Lobo” que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no extravio de veículos apreendidos, que ficam retidos no pátio da Sancar Gestão Empresarial e Logística de Veículos. Foram cumpridos trêsmandados de prisão contra as pessoas apontadas como líderes da organização criminosa e 12 de busca e apreensão. Um dos alvos acabou sendo preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo, a qual foi apreendida. Diversos veículos também foram apreendidos durante a operação.

O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos (DRR - Araguaína), Fellipe Crivelaro, explica que um dos alvos principais da investigação é o gerente comercial da empresa Sancar. “Essa operação visa desmantelar uma organização criminosa que estava voltada a fazer o extravio de motocicletas apreendidas. A pessoa tinha a motocicleta apreendida por alguma infração e algum tempo depois, a organização criminosa vendia esse veículo, em sua maioria para compradores do estado do Pará. Conseguimos individualizar pelo menos 55 veículos subtraídos, mas isso não quer dizer que são só esses. Acreditamos que seja muito mais que isso, 55 foram só em relação ao gerente que teve o celular apreendido, que pode elucidar outros pontos da investigação”, destacou o delegado Fellipe Crivelaro.

Boletins falsos por furto

A investigação revelou que cada motocicleta era revendida em média por R$ 3 mil. “E quando dava algum problema, como por exemplo, uma dessas motos ser vendida para alguém mesmo da cidade e aí acaba recebendo uma multa por infração, a conta chegava para o proprietário que procurava a empresa e reclamava como poderia estar recebendo multa se a moto estava lá apreendida? Aí esse gerente procurava uma delegacia e registrava um falso Boletim de Ocorrência por furto, dizendo que o veículo foi furtado de dentro do pátio, só que na verdade ele mesmo vendia essa motocicleta”, explicou o delegado.

Foi apurado que o gerente registrou falsamente pelo menos 20 boletins de Ocorrência. Além de responder pelo crime de comunicação falsa de crime, o gerente também responderá por peculato, assim como os demais envolvidos. “Esses extravios configuram como crime de peculato, tendo em vista que por envolver um funcionário dessa empresa, ele é considerado funcionário público para fins penais. Ele responderá por peculato e todos aqueles que sabiam dessa condição dele também respondem e, nesse caso, todos que fazem parte dessa organização criminosa sabiam dessa condição de funcionário público. Então, são pelo menos 55 peculatos”, explicou.

Corrupção Passiva

Ao longo da investigação, foram apurados também três crimes de corrupção passiva, nos quais entrou em cena um segundo alvo da operação. Trata-se de um preposto (pessoa que age em nome de uma organização que tinha ligação direta com o gerente. Algumas das pessoas que tiveram o veículo apreendido procuraram este preposto para retirar o veículo do pátio, pagando propina para ter o veículo liberado.

“Às vezes o somatório de débito que a pessoa tem que pagar a título de infrações administrativas, diárias, guincho e etc., fica muito alto. Então ela procura esse preposto que em combinação com esse gerente estipula um valor em média R$ 4 mil e assim eles entregam o veículo para essa pessoa informalmente. Na prática, o veículo entra, mas não sai, não é dado baixa, é liberado de forma irregular mesmo”, explicou.

O delegado explica que no crime de corrupção passiva, os cofres públicos acabam sendo lesados. “Isso caracteriza corrupção passiva, tendo em vista que acarreta prejuízos à arrecadação, porque nesse tipo de conduta eles deixam de fazer as cobranças devidas e não repassam para o Estado”, destacou.

Além dos crimes de peculato, corrupção passiva, os envolvidos também responderão pelo crime de organização criminosa. “Todos estão sendo autuados por crime de organização criminosa porque foi apurado uma estrutura organizada com divisão de tarefas”, conclui.

Os alvos presos foram conduzidos para a sede da DRR de Araguaína, onde após serem ouvidos serão encaminhados para a Unidade Penal local.

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