A oficina de elaboração do Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação dos quelônios amazônicos, que marca o segundo ciclo do programa dedicado à preservação dessas espécies vitais para a biodiversidade da Amazônia teve início nessa segunda-feira, 20. O evento, que ocorre em Brasília/DF até esta sexta-feira, 24, reúne especialistas e pesquisadores de órgãos ambientais e instituições de ensino, pesquisa e fiscalização. A organização é do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por meio doInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade(ICMBio) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A abertura da programação contou com apresentações sobre o Programa Quelônios da Amazônia, seu histórico e perspectivas; o Programa Monitora, de acompanhamento dos quelônios em Unidades de Conservação; apresentações sobre pesquisa e conservação de Quelônios, e ainda o monitoramento de quelônios do rio Xingu e em terras indígenas.
Conforme Adailton Glória, gestor do Parque Estadual do Cantão (PEC), nessa terça-feira, 21, o foco foi a contextualização PAN Quelônios e a proposta de elaboração do segundo ciclo, objetivo geral, visão de futuro e construção de objetivos específicos. A participação do Instituto conta com o apoio do Fundo Brasileiro para Conservação da Biodiversidade (Funbio).
Nos próximos dias, os participantes direcionam esforços para construção da matriz de planejamento. Na sexta-feira, a oficina será concluída com a apresentação da matriz de planejamento (plenária) e composição do Grupo de Assessoramento Técnico (GAT).
Contexto
No mundo, há 357 espécies reconhecidas de quelônios. No Brasil, são encontradas 32 espécies de água doce, cinco marinhas e duas terrestres. Na bacia Amazônica, há duas espécies terrestres, pertencentes à família Testudinidae, e 20 espécies aquáticas, distribuídas em quatro famílias:Kinosternidae, Geoemydidae, ChelidaeePodocnemididae.
A famíliaPodocnemididaeenfrenta graves ameaças em suas populações na Amazônia brasileira, principalmente devido ao consumo excessivo de ovos e carne desde o período colonial, especialmente nos rios Amazonas, Madeira e Negro. Dentre as principais ameaças à conservação dessas espécies incluem o agronegócio, mudanças climáticas, descarte irregular de lixo e resíduos sólidos.
O principal esforço de conservação para quelônios amazônicos no Brasil é o Programa Quelônios da Amazônia. Ao longo de 45 anos, mais de 100 milhões de filhotes foram manejados, contribuindo significativamente para a conservação e recuperação das populações naturais dessas espécies. Graças aos esforços do programa em várias fases de gestão, nenhuma das espécies-alvo foi categorizada como ameaçada de extinção no território brasileiro.
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